segunda-feira, 27 de outubro de 2008

EDITORIAL


SERÁ QUE ESTAMOS FORMANDO PROFISSIONAIS COMPETENTES?

Não é fácil formar um profissional de qualidade para o mercado atual, competitivo e com uma demanda tão grande por profissionais realmente capazes de exercer as funções para as quais foram capacitados pelos diversos cursos profissionalizantes.
A grande responsabilidade das instituições e também a preocupação de seus professores é como formar profissionais competentes e de qualidade quando o histórico de nossas escolas de educação básica deixou lacunas, muitas vezes profundas e difíceis de serem preenchidas num curso superior que leva em conta, como pré-requisito, a escolarização fundamental dos alunos para sua formação profissional numa área do conhec imento.
As desigualdades sociais geraram as desigualdades escolares, formando o senso comum de que existem inteligências diferentes para aqueles que se sobressaem e para os que fracassam, em que estes últimos deveriam resignar-se a um destino medíocre, sem sucesso. A preocupação política em democratizar o ensino nos levou a refletir sobre o fracasso escolar trazendo à tona a deficiência das escolas para o ensino básico, considerando a implantação de mudanças no âmbito dos estabelecimentos e dos professores.
Atualmente, os cursos universitários da rede privada estão recebendo alunos de todos os níveis sociais através de um sistema de avaliação muito diferente do que ocorria há 20, 30 anos atrás quando era exigido um vestibular classificatório muito mais rígido devido à demanda menor de alunos e o número restrito de universidades. Além disso, existem atualmente diversos programas de bolsas para facilitar a busca pelo sonho de um curso superior e a esperança do ingresso na vida profissional num patamar diferenciado do mercado de trabalho.
O que questionamos é como estes novos profissionais formados terão condições de exercer uma profissão que lhes ofereçam satisfação no trabalho e ganho de um salário que lhes proporcione uma vida de qualidade? Esperamos e almejamos a estes novos profissionais aos quais formamos para a autonomia e responsabilidades individuais e coletivas que sejam competentes para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades através da ética como primeiro princípio, a integridade, o respeito às leis e regulamentos e principalmente o desejo de superação.
Esta superação deve ter como base uma gestão autônoma de desenvolvimento posterior de saberes e habilidades, pelo exercício constante de explorar/pesquisar novas informações para análise das situações, da solução de problemas, da tomada de decisões, fazendo uso de suas próprias potencialidades.

Leni Palmira Piacitelli

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