Olá Pessoal, estava lendo a Revista Nova Escola encontrei esse texto, leiam acho que é uma observação muito interessante. E uma homenagem para o Dia dos Professores.
O texto escrito pela Professora Vera Lúcia Maria dos Santos vencedora do concurso era “Era uma vez” A Carta Futurista
Brasília, 15 de outubro de 2268.
Excelentíssimo Senhor Presidente da Republica do Brasil,
Erradicamos a pobreza e muitas doenças. A distribuição de renda prima pela eqüidade, o que permitiu o decréscimo da violência. Revertemos o efeito estufa e o aquecimento global não mais ameaça a existência dos seres vivos. Nossas indústrias são ecotecnológicas. A expectativa de vida é alta e taxa de mortalidade quase inexistente.
Condições de trabalho satisfatórias e a medicina preventiva têm feito as pessoas adiarem a aposentadoria, desafogando o sistema de previdência. Um judiciário eficiente acabou com a corrupção.
Contudo, a Educação de nossas crianças e jovens preocupa.
Desde a implantação do sistema educacional robótico, mediado por computadores, percebemos que os estudantes estão perdendo a capacidade de compreensão do todo, tornando-se incapazes de pensar por si mesmos.
Todo o sistema é previsível: para um problema de Química, apertar o botão Q36; para um fato histórico, aperta-se o H43; para a Redação, o código 53, que, seguido do gênero traz um texto pronto. Matemática já não é mais um problema, como foi para os nossos antepassados: o programa Hackermats num só clique resolve qualquer desafio. Viajar? Bastam simuladores.
Acredito que, se acontecer dos nossos supergeradores entrarem em pane, nossa sociedade será destruída, pois quem conseguiria sobreviver sem botões da vida ultra moderna?
Soube de uma antiga classe chamada professores, especialistas em fazer pessoas pensarem da forma autônoma, um grupo dos ofícios já extintos, desenvolvidos pelos grandes mestres, que envolvia processos complexos, de dimensões técnicas, éticas e estéticas, entre outras. Tiveram grandes conflitos: ás vezes eram considerados sacerdotes e salvadores e em outras, grandes vilões. Trabalhavam em condições precárias e exigia-se deles o uso dos recursos mais modernos. Eram exaltados e ao mesmo tempo enxovalhados. Quando lhes tiraram a autonomia intelectual, não resistiram e pereceram.
Peço, Vossa Excelência, que resgatemos esses profissionais para não morremos num mar perigoso disfarçado de calmaria. Compreendemos agora, a duras penas, que uma sociedade se faz com uma juventude critica e quem pode construí-la é um profissional insubstituível chamado PROFESSOR.
Atenciosamente,
Sócrates de Paulo Freire
Ministro da Educação
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
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Um comentário:
Muito lindo o texto.
Esse "Mar de calmaria", em todos aspectos, dever-se-ia esvair-se de nossa rotina.
Parabéns pelo Blog.
Visitem o nosso e deem uma olhada na lateral direita. Espero que gostem da SURPRESA.
Um grande abraço.
LUH SANTOS, Bloogado entre Elas
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